Características gerais da indústria moçambicana
O fraco nível de desenvolvimento da indústria moçambicana, faz com que ela se caracterize da seguinte maneira:
§ Limitar-se a fazer simples transformações;
§ Apresentar ligações inter e intra-industriais fracas;
§ Ser uma indústria pouco diversificada;
§ Apresentar uma concentração em alguns sectores, como: descaroçamento do algodão, cimentos, alumínio, metalurgia e produtos de consumo;
§ Apresentar núcleos territoriais: Maputo, Matola, Beira e Nampula;
§ Apresentar duas categorias: transformação e extracção;
§ Este estágio de desenvolvimento da indústria moçambicana tem a ver com a herança colonial;
§ Predominância da exploração agrícola;
§ Fraca rede de vias de comunicação;
§ Forte dependência de capitais estrangeiros;
§ Tecnologias de fraca modernização;
§ Mão- de- obra pouco especializada;
§ Reduzida capacidade de poder de compra;
§ Carência em muitas áreas de recursos energéticos.
Indústria extractiva e sua localização
A ocorrência de minerais no nosso país, tal como vimos na sua estrutura geológica, é de grande valor económico e, por conseguinte, fez surgir a indústria extractiva. Esta actividade data há seculos, a sua produção, sobretudo de ouro e prata provocou um intercâmbio comercial no porto de Sofala (Séc. X a.C.) entre moçambicanos e os árabes e entre moçambicanos e os europeus (Séculos XV e XVI ).
Principais produtos da indústria extractiva
§ Gás natural: Inhambane, Sofala e Cabo Delgado
§ Petróleo: Cabo Delgado e Inhambane
§ Carvão mineral: Tete, Niassa e Manica
§ Mármore e rubi: Cabo Delgado
§ Areias pesadas: Nampula, Inhambane , Gaza e Zambézia
§ Calcário: Maputo, Sofala e Nampula
§ Pedras preciosas e semi-preciosas: Zambézia e Niassa,
§ Ouro: Manica, Cabo Delgado e Nampula
§ Feldspato: Nampula, Zambézia, Tete e Manica
§ Mica: Zambézia, Sofala, Tete, e Manica
§ Granito e saibro: Ocorre e é explorado quase em todo país
§ Bauxite: Tete, Zambézia, Manica e Niassa
§ Bentonite: Maputo
§ Asbestos: Zambézia, Tete e Manica.
Indústria transformadora e sua localização
A indústria transformadora conheceu uma evolução gradual ao longo do tempo, tendo iniciado por volta do séc. XIX, por intermédio de companhias de capitais não portugueses que se dedicavam à transformação de produtos agrícolas, com destaque para chá, sisal, cana-de-açúcar, algodão e copra. Com uma orientação para a exportação, portanto estamos perante a chamada agro-indústria.
Por volta do séc., cresce a população europeia com as suas necessidades em bens de consumo que até então era importados. Assim, foi incentivada a produção local de cigarros, sabões, têxteis, calçado, mobiliário e pequenas máquinas. Os núcleos industriais foram aparecendo a partir da então Lourenço Marques actual Maputo-cidade, Matola, Beira, Chimoio, e Nampula.
O ritmo de crescimento da indústria que se registava a partir de 1940 a 1974, veio conhecer uma relativa estagnação com a proclamação de Independência Nacional em 1975, que provocou a fuga precipitada de portugueses, queda de produção industrial e das importações de bens de consumo, matérias–primas e de produtos semi-acabados e acabados que na sua maioria vinham da vizinha África do Sul. Mais tarde a guerra civil também veio contribuir de grosso modo para a desaceleração do desenvolvimento da indústria.
O Programa de Reabilitação Económica (PRE) em 1987, procurou alavancar o sector, mas este, deparou-se com uma forte concorrência, tendo ficado em desvantagem com a liberalização do comércio externo.
Nos dias que correm assiste-se a um crescimento satisfatório da indústria nacional, mercê do bom e agradável ambiente de negócio, que atrai muitos investimentos externos nos diferentes ramos da indústria, num ar de Paz que se respira desde 1992 no país.
De uma forma geral distingue-se, indústria ligeira e indústria pesada.