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segunda-feira, 16 de março de 2020

A agricultura

Factores que influenciam na Agricultura

Factores naturais
Clima é um factor fundamental que influencia positiva e/ou negativamente na produção agrícola, pois, interfere na selecção e distribuição geográfica de culturas agrícolas, bem como, na fixação do calendário agrícola.
Relevo – o relevo muito acidentado constitui um entrave para a prática da agricultura em relação as terras baixas (planícies, vales dos rios, etc.) e influência no clima da região.
Solo – constitui um dos factores essenciais para esta actividade, daí que é importante, examina-lo antes, pois nem todos os tipos de solo são favoráveis ao desenvolvimento de culturas agrícolas.

Factores humanos e socioeconómicos
Capital – interfere na refinação do modelo de produção agrícola; na aquisição de equipamentos, de insumos agrícolas e pagamento de mão-de-obra.
Mão-de-obra – importante avaliar a sua qualidade e quantidade
Cultura – tem a ver com os hábitos alimentares que determinam o tipo de culturas agrícolas a praticar numa determinada região.


Importância económica da agricultura
A agricultura em Moçambique é muito importante porque:
  • Fornece a maior parte dos produtos para a alimentação da população;
  • Fornece produtos como matéria-prima para a nossa indústria;
  • Fornece produtos para a exportação,
  • Serve de fonte de emprego para o maior número da população activa no nosso país;
  • Constitui base de desenvolvimento económico do país.

Tipos de agricultura
A Agricultura durante o período colonial em Moçambique
Durante o período da dominação colonial, o governo colonial foi montando uma estrutura agrária virada a satisfação dos seus interesses em matérias-primas e abastecimento do mercado, assim estava organizada a estrutura agrária naquela época:
  • Propriedades de grandes plantações;
  • Propriedades de grandes latifundiários;
  • Propriedades de pequenos e médios produtores;
  • Pequenas propriedades de camponeses.

O colonialismo português, introduziu no país, o cultivo de culturas agrícolas de rendimento obrigatórias, tais como: cana-de-açúcar, tabaco, chá, coco, caju e algodão, que constituíam matéria-prima para a indústria europeia em franca expansão.

Durante o período colonial, distinguem-se duas (2) paisagens agrícolas:
- Agricultura empresarial ou de plantações ou se preferir comercial
- Agricultura familiar ou de subsistência.

1.  Agricultura empresarial
Este tipo de agricultura era praticado pelos colonos e por empresas ou companhias e tinha como principais características:
- Grandes propriedades de terra
- O uso de técnicas de produção modernas (selecção e melhoramento da semente, irrigação, fertilização, etc.)
- Agricultura mecanizada (tractores, alfaias, debulhadoras, ceifadoras, charruas; etc.)
- Uso de mão-de-obra assalariada ou forçada
- Aspecto de monocultura
- Finalidade comercial
- Altos rendimentos ou seja, maior produtividade.
- Maior investimento de capitais
- Maior apoio técnico-científico.

2. A Agricultura familiar ou de subsistência
A agricultura familiar ou de subsistência que era praticada por camponeses, era uma agricultura que dependia muito das condições naturais, particularmente da chuva.
De uma maneira geral, a agricultura tradicional ou familiar caracterizava-se por:


  • Pequenas porções de terra,
  • Meios de produção rudimentares (enxadas, ancinhos, machados, catanas e tracção animal);
  • Técnicas de produção rudimentares (prática de queimadas para limpar a terra, rotação de culturas, Policultura das parcelas agrícolas);
  • Prática de policultura;
  • Baixos rendimentos;
  • Mão-de-obra familiar (membros do agregado familiar ou sistema cooperativo);
  • Finalidade sustento familiar ou trocas;
  • Fraco ou inexistente de apoio técnico-científico.


A Agricultura após independência em Moçambique
A Independência Nacional, deu lugar a um novo sistema de organização da economia rural. O Estado Moçambicano definiu a agricultura como base para o desenvolvimento económico do país a favor do povo moçambicano. O Estado tomou algumas medidas visando modificar a estrutura agrária colonial, tais medidas traduziram-se em:
- Nacionalização da terra (a terra é propriedade do Estado e é inalienável) mais tarde foi promulgada a lei de terras nº 19/97 de 1 de Outubro.
- Criação de machambas do povo/colectivas
- Criação de machambas estatais
- Criação de cooperativas agrícolas
O governo de Moçambique, preocupado com o desenvolvimento deste sector tem vindo a definir políticas e projectos, tais como: Complexo Agro-industrial de Limpopo-CAIL, Pro-Savana, Revolução Verde, Campanha de Agroprocessamento, para além, da criação de um fundo de desenvolvimento agrário (FDA).
Em termos de exploração agrícola em Moçambique, existe uma coabitação saudável entre as empresas agro-pecuárias, associações de produtores agropecuários, produtores familiares, etc.

As principais culturas e sua distribuição
a) Culturas de subsistência ou alimentares
  • Milho: cultiva-se em todo o território nacional.
  • Mandioca: as zonas de maior cultivo estão localizadas nas províncias de Zambézia, Nampula e Cabo Delgado.
  • Mapira: é uma das culturas mais importantes das províncias das regiões Norte e Centro do país, e Norte de Gaza.
  • Amendoim: cultivado sobretudo nas províncias de Nampula, Inhambane e litoral de Gaza e Maputo.
  • Feijão: as zonas de maior cultivo encontram-se nas províncias a Sul do rio Save
  • Mexoeira: cultivada principalmente a Sul de Tete e Norte de Manica. Mas também em algumas zonas de Sofala, Gaza e Inhambane.
  • Arroz: cultiva-se nas zonas baixas e húmidas da Zambézia, Sofala, Nampula e Gaza.


b) Culturas de rendimento ou de mercado
  • Algodão: cultivado em quase todas as províncias do norte e centro do país e na zona central de Gaza.
  • Chá: praticado em terras altas da Província da Zambézia especialmente em Gurué.
  • Cana-de-açúcar: cultivado nas Províncias da Zambézia e Sofala no vale do rio Zambeze mais exactamente em Marromeu e Luabo, ainda em Sofala em Mafambisse no vale do rio Púngue, em Búzi junto ao rio com o mesmo nome, e na Província de Maputo no vale do rio Incomáti em Xinavane e Maragra.
  • Copra: praticada na Província da Zambézia, seguindo-se as províncias de Nampula e Inhambane, em áreas localizadas no litoral.
  • Cajú: produzido nas Províncias de Nampula, Cabo Delgado, Zambézia, Sofala, Inhambane, Gaza e Maputo.

Importância da agricultura
O conhecimento da agricultura é importante porque ela:
  • absorve a maior parte da população moçambicana;
  • fornece a maior parte dos produtos para a alimentação da população;
  • fornece produtos que servem de matéria-prima para a nossa indústria;
  • fornece produtos para a exportação e constitui como base do desenvolvimento económico do país.
Movimentos populacionais

As migrações


A mobilidade espacial da população é commumente denominada por migração. Ela vem sendo realizada pelo Homem desde os tempos mais remotos.
No sentido lato, entende-se por migração uma mudança de domicílio ou de lugar de residência habitual de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos. Assim, podemos deduzir que as deslocações de pessoas ou grupos humanos, que abandonam os lugares onde se tinham fixado inicialmente, para se instalarem noutra região ou noutro país de forma temporária ou permanente, designam-se por migrações. Por conseguinte, as migrações constituem movimentos horizontais tendentes a um equilíbrio demográfico à superfície do globo.

Causas das migrações
As causas das migrações humanas são várias e bem complexas, pois para além de condições naturais e econômicas verificam-se, muitas vezes, razões de índole política, religiosa, étnica, social e moral. A causa econômica é a que se apresenta a maior parte das vezes em primeiro lugar, quase sempre resultante da diferença de desenvolvimento socioeconómico entre os lugares de partida e os de chegada. As pessoas emigram, por exemplo, à procura de melhores condições de vida, de trabalho, assistência social mais eficaz, entre outros.


As causas de natureza política, étnica e religiosa também têm quota-parte nas deslocações populacionais. Muitos indivíduos emigram porque, manifestando-se contra os regimes totalitários dos seus países, podem ver-se forçados a refugiarem-se no estrangeiro para evitarem as perseguições ou represálias, por exemplo.
Mais ainda, os violentos conflitos (como sucede actualmente a nível mundial), por exemplo, os da Somália, República Democrática do Congo, Burundi, Ruanda, Sudão, Palestina, Iraque, Afeganistão, entre outros locais, levam enormes massas populacionais a abandonarem os seus países e a fixarem-se noutros, à procura da paz e segurança.
À escala local, nacional e internacional, as calamidades naturais (secas, cheias, epidemias, sismos, vulcões, terramotos, ciclones, entre outras) são consideradas algumas das causas migratórias dos contingentes populacionais.

Tipos de migrações
Considerando os critérios duração, distância, causas e grau de liberdade, as migrações podem ser internas e internacionais.
As migrações dizem-se internas quando as deslocações se realizam de umas regiões para outras dentro do mesmo país, enquanto que as externas ou internacionais constituem movimentos horizontais das pessoas de um país para outro.
As migrações internacionais podem ser intracontinentais quando as pessoas deslocam-se no interior do mesmo continente e intercontinentais se as massas populacionais se movimentam de um continente para outro. Se estas últimas se efectuarem entre continentes separados por oceanos, dizem-se migrações transoceânicas.
Sobre as migrações internas, consideram-se três tipos, designadamente: migrações quotidianas, temporárias e definitivas.
As migrações quotidianas são aquelas que se realizam diariamente, especialmente nas grandes cidades e centros industriais, pelos trabalhadores das industrias ou serviços, bem como por estudantes e outros, que se deslocam das suas casas, geralmente situadas em locais distantes, para os seus locais de trabalho ou estudo e vice-versa. Por exemplo, grande parte dos alunos e trabalhadores deslocam-se diariamente da Matola para Maputo. Também se enquadram neste tipo de deslocações as que são efectuadas no fim-de-semana e em férias.
As migrações temporárias são as que se realizam com uma certa periodicidade, podendo ser de poucos meses a alguns anos. Por exemplo, as deslocações ligadas às épocas de colheita agrícola ou de sementeiras dos agricultores. A transumância também faz parte deste tipo de migração, sendo que é um movimento tradicional e característico das regiões montanhosas do globo, onde os pastores permanecem durante o Inverno nas planícies e vales com o seu gado e no Verão deslocam-se para as encostas montanhosas, realizando as actividades de pastorícia. Como exemplo de migrações internas de caracter definitivo, o êxodo rural tem uma importância especial. Para leia mente, as migrações internas periódicas tanto podem assumir um caracter quotidiano como um caracter sazonal. São exemplos de migrações sazonais as deslocações de caracter turístico e laborai, quando se processam à escala do país, pois estas decorrem sempre nas mesmas épocas do ano.
As migrações definitivas correspondem a uma fixação permanente das populações nas áreas de destino. Com muita frequência, as populações que migram definitivamente para outros países adquirem a nacionalidade desses países, a fim de usufruírem de mais direitos. De um modo geral, existem diversos critérios que nos permitem classificar as migrações:
  • Distâncias: internas; Internacionais
  • Duração: temporárias; Sazonais; Definitivas
  • Forma: voluntárias; Forçadas
  • Motivos: religiosos; Laborais; Políticos; Socioeconómicos; Culturais
  • Controle: legais; Clandestinas.


O êxodo rural constitui um dos mais importantes tipos de migrações internas de carácter definitivo na actualidade, principalmente nos países em vias de desenvolvimento. Define-se êxodo rural como sendo a deslocação (saída) das pessoas do meio rural (campo) para a cidade.

Causas do êxodo rural
A despeito dos factores responsáveis pelo êxodo rural, as razões econômicas são as mais decisivas. No campo, a população vive em condições de vida normalmente inferiores às existentes nos meios urbanos, porque a cotação dos produtos agro-pecuários relativamente aos industriais é geralmente menor. Por isso os camponeses têm um menor poder aquisitivo.
Por outro lado, as condições laborais são frequentemente mais difíceis no campo do que nas cidades. A título de exemplo, mencionam-se os seguintes:
  • baixos salários, reduzido poder de compra da população rural;
  • alta de meios e vias de transporte e comunicação;
  • falta de apoios médicos e assistência social;
  • dificuldade de acesso a estabelecimentos de ensino, principalmente dos níveis secundários e universitários;
  • más colheitas, desastres naturais (secas, cheias, pragas, etc.);
  • desemprego;
  • atracção psicológica exercida pelas melhores condições de vida nas cidades, entre outras


Consequências das migrações
As migrações têm consequências a vários níveis, quer de natureza demográfica, quer de natureza ambiental econômica e social. Por um lado, elas podem produzir uma melhor adaptação do povoamento aos recursos naturais e às necessidades da economia e conduzir a um melhor ordenamento do espaço geográfico. Por outro, elas criam contactos profundos entre grupos humanos com diferentes línguas e culturas, mas também podem causar graves problemas, com maior destaque para o fenômeno de rejeição.

Demográficas:
As migrações (internas, externas, difimtivas ou temporárias) provocam, quer nas regiões de partida, quer nas de chegada, alterações demográficas a três níveis: no crescimento demográfico, na estrutura etária e profissional e redistribuição espacial da população, com consequente aumento ou diminuição dos equilíbrios regionais. Rejuvenescimento da população no local de chegada e envelhecimento da população no local de partida.

Socioeconòmicas
Quando se verifica o fenômeno migratório, constitui sempre uma perda de capital humano para os países de origem, que vêem diminuída a sua população activa; visto que as migrações envolvem mais as camadas jovens e empreendedoras, beneficiando, na maior parte das vezes, os países de acolhimento. A falta de mão-de-obra pode ressentir-se nos diversos sectores de actividades, sobretudo na agricultura. Pode igualmente contribuir para uma mão-de-obra excedentária no local de chegada. Segregação étnica e social.

Ecológicas/ambientais
Maior pressão sobre os assentamentos; deficiente gestão dos resíduos sólidos; degradação dos recursos naturais e seu esgotamento; desertificação; eclosão de mórbides (doenças epidémicas- diarreias, cóleras, málaria, etc.) resultantes de precárias condições higio-sanitárias.
Crescimento populacional
Variáveis demográficas
Ao referirmo-nos ao crescimento populacional, abordamos o tema do incremento de população de uma determinada região. As variáveis demográficas são indicadores que nos permitem analisar e compreender a dinâmica populacional. As principais variáveis são: fecundidade, natalidade, mortalidade, mortalidade infantil e crescimento natural.


Fecundidade e taxa de fecundidade
A noção de fecundidade foi introduzida nos estudos demográficos com o objectivo de superar as lacunas das taxas de natalidade e mortalidade na correcta análise do dinamismo de uma determinada população.
Deste modo, considera-se fecundidade a relação existente entre o número de nados-vivos num determinado momento e o número de habitantes em idade de procriar, ou seja, constitui o número real de crianças por mulher numa dada população. Ela é importante, pois permite-nos determinar o crescimento e a composição etária e sexual da população. Vários são os factores que influenciam a fecundidade humana, dos quais os mais importantes são:
  1. Biológico: a fertilidade dos indivíduos.
  2. Sociocultural e psicológico: Nível da educação, crenças religiosas, espaço de residência (campo ou cidade) e as aspirações sociais.
  3. Socioeconómico: Nível de desenvolvimento e qualidade de vida das pessoas.
  4. Demográfico: Condições de mortalidade geral e infanto-juvenil em particular, estrutura etária, idade de casamento, tipos de casamentos (monogâmicos e poligâmicos), estabilidade e instabilidade conjugal.
  5. Político: Políticas populacionais adoptadas referentes sobretudo ao planeamento familiar, idade legal de casamento e à problemática do aborto.

A taxa de fecundidade define-se pelo número de nados-vivos por cada mil mulheres em idade fecunda, normalmente dos 15 aos 49 anos, num determinado período de tempo.
Tf = N de nascimentos vivos / N mulheres dos 15 a 49 anos x 1000
TF = Taxa de Fecundidade; NNv = Número de Nado-vivos; NM (15 a 49 anos) = Número de Mulheres dos 15 aos 49 anos.

Fala-se actualmente da taxa específica de fecundidade, para designar o número médio de filhos por mulher com idade compreendida entre R e S (R e S constituem valores de idades considerados) por cada mil mulheres.

Natalidade e taxa de natalidade
Natalidade é o número de nados-vivos numa dada população em um determinado período do ano civil, ou seja, são os nascimentos que se verificam diariamente que permitem uma renovação constante da população.

Factores que influenciam a natalidade
Tal como a fecundidade, vários são os factores que de forma decisiva influenciam a natalidade, entre os quais destacamos:
Demográfico: relaciona-se com a estrutura da população, mais alta na população jovem do que nos velhos. Número de mulheres em idade de procriar em relação ao número total da população.
Socioeconómico: as famílias de baixa renda econômica dos Países em Vias de Desenvolvimento (PVD) são as que mais filhos têm, contribuindo para esta situação a falta de informação sobre os meios de contracepção (planeamento familiar). O facto de os filhos representarem uma fonte de rendimento e prestígio para a família contribui para uma natalidade elevada, principalmente nas áreas rurais. Nos Países Desenvolvidos (PD), o número de nascimentos tende a reduzir. Boa parte dos casais optam por ter menos filhos, pois estes constituem grandes encargos no que toca à educação, saúde, entre outros. Também a participação da mulher no mercado de trabalho implica uma menor disponibilidade para cuidar dos descendentes.
Sociocultural: a natalidade depende em parte da idade com que se efectuam os casamentos. Se num país a população feminina se casa tarde, há pouca possibilidade de haver muitos nascimentos. Nas sociedades onde o aspecto cultural é mais vincado (prática de poligamia, obrigação do casal ter filhos....) o número de nascimentos pode ser elevado.
Religioso: crenças religiosas que proibem a prática de determinados actos (aborto, limitação do número de filhos, uso de anticonceptivos, planeamento familiar, etc.) concorrem para aumentar a natalidade.
Político-legal: políticas populacionais como o estabelecimento da idade legal de casamento para ambos os sexos são aspectos que incrementam ou reduzem o número de nascimentos de um país.
A taxa de natalidade refere-se ao número total de nascimentos vivos por cada mil habitantes, ocorridos num ano civil e num dado lugar. Ela determina, tal como a fecundidade, o tamanho de uma determinada população.

Tn = TNv/TPx 1000
Tn = Taxa de Natalidade; TNv = Total de nados-vivos e TP = Total da População

Mortalidade e taxa de mortalidade
A população está sujeita a variações contínuas que dependem não só do número de nascimentos como também dos óbitos ocorridos.
Desta forma, entende-se por mortalidade o número de mortes ocorridas numa dada população num determinado período do ano. A relação entre o número anual de óbitos e uma quantidade de população dada, geralmente por mil (1000) habitantes, constitui a taxa de mortalidade.
TM -TO/TP x 1000
TM = Taxa de Mortalidade; TO = Total de Óbitos e TP = Total da População.

Taxa de mortalidade infantil
A taxa de mortalidade pode Igualmente ser determinada por grupos etários (composição da população por idades), assumindo especial interesse a taxa de mortalidade infantil. O seu conhecimento permite concluir rapidamente sobre as condições de assistência médico-hospitalar, hábitos de higiene, alimentação, entre outros. A taxa de mortalidade infantil diz respeito ao número de óbitos com menos de um ano de vida por cada mil nados-vivos nascidos no mesmo ano num determmado lugar.

Saldo fisiológico ou crescimento natural e taxa de crescimento natural
Outro indicador demográfico muito importante na análise da população é o saldo fisiológico ou crescimento natural, que não é mais do que a diferença entre o número de nascimentos (natalidade) e ode mortalidade (óbitos).
Como resulta de uma diferença entre nascimentos e obtidos, esta variável demográfica pode ser negativa ou positiva.
Considera-se saldo fisiológico ou crescimento natural negativo quando o número de nascimentos é inferior ao número de mortes. Quando se regista esta situação, conclui-se que a população do país decresceu. Mas também podemos observar uma situação inversa, isto é, saldo fisiológico ou crescimento natural positivo em que o número de nascimentos é maior do que o número de mortes. Existe ainda uma terceira situação em que o saldo é nulo. Isto acontece quando o número de nascimentos é igual ao de mortes.
Estrutura etária, sexual e sectorial e distribuição geográfica da população

Estrutura etária, sexual da população moçambicana

 A estrutura etária e sexual da população é a composição da população por grupos de idades e por sexo. O gráfico 4 (pirâmide etária) que se segue demonstra a composição da população moçambicana por diferentes faixas de idade e por colunas sexuais (Homens e Mulheres).



Analisando esta pirâmide, podemos depreender o seguinte:
  • A base é larga, o que significa que a proporção de crianças e jovens é maior e isto mostra, que as taxas de natalidade e fecundidade são altas;
  • A proporção de adultos e velhos vai se estreitando ao longo do corpo até ao topo da pirâmide, reflectido a reduzida esperança de vida;
  • A população de sexo feminino está em maior proporção que a do sexo masculino;
  • Concluindo; a população moçambicana é jovem e, é típica de um país em desenvolvimento.


Estrutura Sectorial da População Moçambicana
A população em termos económicos, pode ser: economicamente activa, aquela que está em condições de trabalhar e população dependente ou passiva, a que não está em condições de trabalhar (crianças e idosos).
A população economicamente activa, ocupa-se das mais diversificadas actividades, agrupadas em sectores, a saber:
Sector primário: comporta actividades como: agricultura, pecuária, pesca, silvicultura, caça e recolecção. De salientar que este sector, absorve a maior parte da população, uma vez que, a maioria da população moçambicana vive no campo (meio rural).
Sector secundário: congrega as seguintes actividades: indústria (transformadora e extractiva) e construção civil e obras públicas.
Sector terciário: abrange serviços de educação, saúde, comércio, transportes, comunicações, banca e seguros.
Actualmente, devido ao desenvolvimento económico, científico e tecnológico, pode se falar do sector quaternário, contemplando os cientistas, investigadores e outros profissionais das tecnologias de ponta.

Importância do estudo da estrutura etária
O estudo da estrutura etária e sectorial da população é importante, pois, permite efectuar com segurança a planificação da vida do País, nas mais diversas esferas: social (educação, saúde, habitação, etc.) e mercado de emprego. E, também é possível analisar a distribuição da população economicamente activa por sectores de actividades.

Distribuição Geográfica da População Moçambicana
A população moçambicana, encontra-se distribuída de forma desigual ao longo do Território Nacional, devido à influências de vários factores, tais como:
  • Naturais - clima, relevo, vegetação, solos, recursos de água, riqueza do subsolo, etc.
  • Socioeconómicos - desigualdade em termos de nível de desenvolvimento social e económico entres as regiões: Sul, Centro e Norte do País.
  • Histórico-Políticos - o passado colonial, e as guerras de libertação nacional e de desestabilização.


Principais problemas demográficos
Principais problemas demográficos em Moçambique
Moçambique, é um País em desenvolvimento com uma taxa de crescimento da população relativamente alta, e que conta com uma população maioritariamente jovem, o que coloca ao Estado Moçambicano certos desafios relacionados com problemas demográficos, sendo de destacar os seguintes:
No domínio da educação - a prevalência duma alta taxa de analfabetismo, dificuldades na absorção de crianças em idade escolar, superlotação das turmas, sobretudo nos centros urbanos, falta de salas de aula, entre outros.
No domínio da saúde - apesar dos esforços em curso, para minimizar as dificuldades no sector, ainda constituem preocupação, a falta de médicos, hospitais, centros de saúde e fármacos.
Desemprego - este mal social, verifica-se sobretudo, nos centros urbanos, lugar onde converge o movimento migratório campo-cidade (êxodo-rural). O aumento de número de desempregados provoca o surgimento de fenómenos, tais como: a marginalidade, a mendicidade, a criminalidade, a prostituição, etc.
Habitação - neste domínio, importa destacar que, constitui um grande problema, a falta de boas condições de habitabilidade, o surgimento de bairros suburbanos com imóveis construídos com base num material precário.
Alimentação - o país é produtor de uma grande diversidade de alimentos. Mas, denota-se na população problemas graves de desnutrição crónica; derivados de hábitos alimentares pouco apropriados. Campanhas estão sendo levadas a cabo junto às comunidades, com o intuito de sensibilizá-las sobre a necessidade de mudança de atitude no tocante ao hábitos alimentares.
Ambiente - nos centros urbanos e na periferia dos mesmos, verifica-se uma degradação da qualidade de ambiente, devido a exploração intensiva de recursos, superlotação de imóveis, produção de resíduos sólidos, entre outros problemas.
Movimentos migratórios da população

Conceito e classificação das migrações

Com certeza, já reparou que na sua Província, Distrito ou Localidade tem havido saída ou deslocações dos seus habitantes, para outros lugares, como também tem recebido pessoas oriundas de outros lugares. Assim sendo, entenda deste modo, movimento migratório como: emigração (saída) e imigração (entrada) de pessoas de/para um determinado lugar e num dado período de tempo.

As migrações podem ser classificadas da seguinte maneira:
- Quanto ao espaço: internas (dentro do mesmo território; Exemplo: de Nampula para Gaza e vice-versa ou de Mecula para Cuamba) e externas/internacionais (fora dos limites geográficos do território; Exemplo: de Moçambique para Malawi e vice-versa).
- Quanto ao tempo: elas têm a ver com a sua duração, assim sendo, podem ser: temporárias (quando ocorrem durante um determinado período de tempo.
Exemplo: Por dias, semanas, meses e anos definitivas (quando as pessoas permanecem por lá definitivamente. 
Exemplo: Moçambicanos radicados na Alemanha, África do Sul ou pessoas de Inhambane ou outras províncias que se instalaram definitivamente em Maputo ou outras Cidades Moçambicanas), sazonais- quando ocorrem durante a época das sementeiras até as colheitas ou a permanência de pessoas numa zona de construção de obras (Pontes, Estradas, Barragens, etc.) e no fim regressam ou vão noutros pontos. E finalmente temos, as pendulares (que são os vai-vem diários de casa para à escola, de escola-casa ou casa-serviço e vice-versa).
- Quanto à forma: elas podem ser voluntárias ou forçadas (são espontâneas e desorganizadas e de difícil controlo fig.5) e em relação ao Estado, são legais ou clandestinas.



As causas das migrações
As migrações não acontecem por mero acaso, elas têm motivações de natureza diversa, como:
  • Causas naturais - mudanças climáticas, cheias, seca, sismos, erupções vulcânicas, etc.
  • Causas-económico-culturais - os desequilíbrios socioeconómicos entre diferentes regiões;
  • Causas-político-históricas - perseguições por várias motivações (étnicas, políticas, religiosas, etc.).


As consequências das migrações
As migrações têm como principais consequências (caso do êxodo rural) nos dois pólos:
1- Pólo/lugar de partida verifica-se:
  • Relativa redução da população com destaque para a massa juvenil económica e sexualmente activa;
  • envelhecimento precoce da população,
  • relativa redução da taxa de natalidade;
  • redução da produção e de produtividade.

2- Pólo/lugar de chegada nota-se:
  • Degradação da qualidade do ambiente;
  • Surgimento de fenómenos anti-sociais (negócio de sexo, isto é, a prostituição, consumo de drogas, marginalidade, roubo, etc.);
  • dificuldades no atendimento da população nos serviços básicos sociais (escola, hospital, transporte, habitação e abastecimento de água, energia, alimentação, etc.);
  • desemprego;
  • aumento da população.

Crescimento efectivo da população
Referimo-nos anteriormente do saldo fisiológico, como sendo a diferença entre a natalidade e a mortalidade, agora, depois que vimos os movimentos migratórios, podemos estabelecer a diferença entre as entradas e saídas da população num determinado lugar. Conjugados todos estes movimentos (natural e migratório) teremos efectivamente o crescimento da população desse lugar, ora vejamos: Crescimento efectivo (CE) será igual a natalidade, menos a mortalidade, mais a imigração, menos a emigração (CE=N-M+I-E). De referir que, as migrações podem influenciar positiva ou negativamente no crescimento efectivo da população duma determinada região.
Movimentos da população
As variáveis demográficas

Natalidade - é o número de nados vivos numa dada região, num dado período de tempo.
Taxa de natalidade - é a relação entre o número de nascimentos ocorridos num ano, num dado lugar, e o número total de habitantes desse mesmo lugar, em cada mil habitantes.
TN= N/Px1000
N- número de nados vivos e P- número da população total

Fecundidade - é a capacidade de procriação humana, ou seja, o número efectivo de filhos que uma mulher pode nascer em idade fértil (14-49 anos).
Taxa de fecundidade - a relação entre o número de nados vivos de mulheres em idade fértil num ano, num determinado lugar e o número total da população feminina em idade fértil desse mesmo lugar por mil.
TF= N/Pfx1000
TF- taxa de fecundidade; N--número de nados vivos das mulheres em idade fértil e P.f. População feminina total em idade fértil.

O tamanho, a estrutura e a dinâmica da população modificam-se com base em: nascimentos, óbitos e migrações. São as chamadas variáveis demográficas.
De referir que o conhecimento dos indicadores demográficos é importante para a organização ou planificação socioeconómica e política do país, uma vez que, o crescimento da população reflecte-se nas necessidades da população em bens, serviços sociais e emprego.
Elas têm impacto na vida económica do país ou das regiões. A alteração de uma delas implica a variação das outras.
  1. Os indicadores demográficos (Taxa de: natalidade, mortalidade; mortalidade infantil, fecundidade, crescimento natural e esperança de vida).

As principais causas da elevada taxa de natalidade prendem-se com:
  • A elevada taxa do analfabetismo;
  • Casamentos prematuros;
  • Gravidezes precoces;
  • Estruturas sociais e tradicionais baseadas em tradições e costumes religiosos
  • Prática de poligamia.
Mortalidade – é o número de mortes ou óbitos ocorridos numa dada região, num dado período de tempo.
Taxa de mortalidade – é a relação entre o número de óbitos ocorridos num ano, num dado lugar, e o número total de habitantes desse mesmo lugar, em cada mil habitantes.
TN= M/Px1000
M -número de óbitos/mortos e P- número da população total.

Taxa de mortalidade infantil – é a relação entre o número de óbitos (crianças dos 0-5 anos de idade) ocorridos num ano, num dado lugar, e o número total de nados vivos desse mesmo lugar, por mil.
TMI= M(0-5anos)/NV x1000

M- número de mortos com idade dos 0-5 anos, NV- número de nados vivos.

Crescimento Natural ou saldo fisiológico - é a diferença entre o número de nascimentos e o número de óbitos num ano e num dado lugar.
Taxa de Crescimento Natural - é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade verificada num ano num dado lugar e o número total da população desse mesmo lugar em cada mil habitantes.
TCN= TN-TM/P x1000
TCN – taxa de crescimento natural, TN - taxa de natalidade, TM- taxa de mortalidade e P- População total.

Esperança média da vida á nascença ou longevidade - indica o número médio de anos que uma pessoa pode viver ao nascer.
Os factores que concorrem para o seu aumento, são:
  • a redução da mortalidade, com a melhoria dos serviços de assistência médica e medicamentosa;
  • a melhoria das condições de alimentação, habitação e trabalho.
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